O dia internacional da mulher é comemorado no dia oito de março, mas nem sempre foi assim. Daniela Lima escritora, ativista e colaboradora do Blog da Boitempo, explica em uma postagem no seu blog como e porque essa data foi escolhida.
A escritora relata que em setembro de 1909 a fevereiro de 1910 foi feita a primeira grande greve em uma indústria têxtil, realizada apenas por mulheres, chamada "o levante das 30 mil". O trabalhador Rosey Safran GONZÁLEZ que se encontrava junto com as trabalhadoras, contou que no setor têxtil,as mulheres constituíam a maior parte da mão de obra. As condições em que trabalhavam eram deploráveis. (…) A paralisação começou no dia 27 de setembro de 1909, precisamente na Triangle Shirtwaist Company. (…) Os trabalhadores demandavam salários mais altos, melhorias nas condições de trabalho, abolição do sistema de subcontratação, jornada de trabalho de 52 horas semanais e, sobretudo, o reconhecimento de seus direitos sindicais.
Em uma audiência no mês de novembro de 1909, na assembléia do sindicato das empresas Cooper, Clara Lemlich, trabalhadora , fez um discurso que marcou a história do movimento sindical em Nova York: “sou operária, uma dessas que estão em greve contra condições intoleráveis de trabalho. Estou cansada de ouvir oradores. (…) Estamos aqui é para decidir se entraremos ou não em greve. Apresento uma resolução a favor da greve geral já”.
''Entre 1911 e 1914, o Dia Internacional das Mulheres foi comemorado em datas diferentes do mês março. Apenas em 8 de março de 1917, com a deflagração da greve das tecelãs de São Petersburgo que impulsionou a Revolução Russa, esta data foi consagrada como o Dia Internacional das Mulheres. No entanto, organizações internacionais – como a ONU e a UNESCO – demoraram mais de 50 anos para reconhecer a data, e só o fizeram por pressão e insistência dos movimentos feministas." diz Daniela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário